PSDB e Podemos colocam ponto final no processo de fusão
Renata Abreu fez comunicado direto a Aécio Neves, que ou o recado ao presidente da legenda, Marconi Perillo

O PSDB e Podemos decidiram, nesta quinta-feira (12), encerrar o processo de fusão entre as duas legendas, após meses de negociações. O estopim da ruptura foi um ime em torno da presidência da nova sigla, que minou qualquer chance de avanço. É que a presidente do Podemos, Renata Abreu, não abre mão de permanecer no comando da nova configuração política, haja vista o poder partidário que tem debaixo da legenda que preside.
A pressão por um posicionamento definitivo já vinha crescendo. Na quarta-feira (11), o Mais Goiás mostrou que o deputado federal Glaustin da Fokus cobrou diretamente de Renata Abreu, um desfecho para a fusão. Glaustin alertava que a indefinição prejudicava a montagem das chapas estaduais e federais e defendia que a Executiva Nacional esclarecesse o futuro do projeto, “pelo sim ou pelo não”.
Menos de 24 horas depois, Renata comunicou ao deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), um dos articuladores da fusão pelo lado tucano, que o Podemos não abriria mão de manter a presidência da nova legenda. A proposta contrariava o modelo defendido pelo PSDB, que previa uma gestão compartilhada e alternada entre os dois partidos nos primeiros dois anos da nova estrutura, com rodízio na presidência a cada seis meses, com os tucanos comandando às primeiras rodadas.
Do lado do Podemos, a cúpula do partido não gostou nenhum pouco de ver o PSDB tratar a fusão como incorporação. Na prática, a legenda deixaria de existir, com os tucanos controlando todo o espólio. A avaliação interna é que não era justa já que hoje o Podemos tem mais estrutura que os tucanos.
Com o fim da fusão, o PSDB deve retomar articulações com outras siglas. Segundo Aécio, já foram reabertos contatos com Republicanos, MDB e Solidariedade, com foco na construção de uma federação partidária. O Podemos avalia que ampliar as alianças é necessário, mas a avaliação das lideranças é que há estrutura para fazer um último voo solo nas eleições de 2026.